segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Polícia reclama que prende suspeitos, mas Justiça solta

Indignação. Delegado de Santa Luzia fez dossiê sobre o problema; segundo ele, todos os 72 presos por homicídio em 2011 foram soltos.

Depoimentos de testemunhas, escutas telefônicas e provas periciais não têm sido suficientes para manter suspeitos de homicídio na cadeia. 


Delegados e investigadores da Polícia Civil reclamam que a Justiça está soltando presos perigosos, envolvidos com mortes, tráfico de drogas e outros crimes. Segundo eles, a demora
na realização dos julgamentos e as brechas na lei levam a uma "onda de alvarás de soltura" e à impunidade.

Só em Belo Horizonte, há 15.958 processos de homicídio em andamento, nas mãos de apenas quatro juízes, o que dá uma média de 3.900 processos por magistrado. Além disso, por mês, chegam aos tribunais cerca de 230 casos. Em Santa Luzia, na região metropolitana, dos 72 suspeitos de assassinato presos em 2011, todos foram soltos pela Justiça meses depois, segundo o titular da Delegacia de Homicídios, Christiano Xavier. Ele chegou a elaborar um dossiê sobre a situação e estima que, hoje, ao menos 400 processos de homicídio estejam à espera de julgamento.

No material, o delegado cita a operação Walisson, realizada há dois anos, que prendeu nove integrantes de uma quadrilha de traficantes, alguns envolvidos em assassinatos. Mesmo com escutas telefônicas e "provas robustas", eles foram soltos meses depois e teriam voltado a praticar roubos e homicídios.

"Esse ritmo de impunidade se estende até agora. Há três anos, venho pedindo providências e soluções, mas ninguém faz nada. Enquanto isso, os bandidos saem da cadeia matando testemunhas", afirmou Xavier. Segundo ele, desde 2009, há uma média de dois júris de homicídio por ano em Santa Luzia.

Em Sabará, também na região metropolitana da capital, a delegacia regional informou que recebe uma média de oito alvarás de soltura por plantão.

Em Bocaiúva, no Norte de Minas, outro investigador relatou que 28 pessoas foram presas no mês passado em uma operação de combate ao tráfico. "Tinha gente indiciada por ordenar a morte de membros de facções rivais", contou. Segundo ele, as prisões foram feitas por ordem da Justiça, embasadas em escutas telefônicas e testemunhas. Menos de um mês depois, todos já estão em liberdade. "Em decorrência da soltura, já ocorreram duas tentativas de homicídio na cidade. Eles matam quem tentou denunciar", disse o policial.

A situação se repete em Montes Claros, na mesma região. Dos 123 homicídios ocorridos em 2012, a maioria ficou sem punição. "A população já percebeu a inércia, e os criminosos têm andado com a arma em punho na rua", contou o investigador Emerson Mota Rocha.

O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol/MG) informou que vai entrar com uma representação nos conselhos Nacional de Justiça e do Ministério Público. "Estamos falando de homicidas, que teriam condições de ficar presos, mas acabam se beneficiando com recursos", declarou o presidente, Denilson Martins.

Fonte: O TEMPO

Um comentário:

  1. Eu, Paulo cezar de oliveira tenho uma vizinha no bairro Dona Rosarinha em Santa Luzia,uma mãe que a varios anos ¨não me lembro a data¨ ate hoje chora o assassinato de seu filho ainda jovem que era trabalhador como porteiro na fabrica de macarrão VILMA foi assassinado brutalmente por um marginal que tambem era morador do bairro e foi investigado e preso pelo Dr.Christiano xavier e sua equipe e hoje esse maldito é evangelico e esta solto no bairro Ribeiro de Abreu em BH

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