quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Moradores do Bairro de Lourdes entram na rede de vizinhos protegidos

Moradores de 18 edifícios do bairro aderem à rede de vizinhos protegidos, da Polícia Militar, na tentativa de inibir violência. Comunidade também reivindica reforço no patrulhamento
Maria Auxiliadora Lage Guerra, moradora da Rua Curitiba, espera ter mais segurança:
"Suponho que (bandidos) atuem em lugares menos protegidos"
Paula Sarapu
Publicação: 08/08/2013 06:00 Atualização: 08/08/2013 06:43

A rede de vizinhos protegidos, programa da Polícia Militar que busca apoio de moradores para inibir a ação de criminosos, chegou ao Bairro de Lourdes, na Zona Sul de Belo Horizonte. Um grupo de 150 moradores de 18 edifícios decidiu fazer parte do sistema, criado em 2004 e que consiste em aproximar vizinhos, criar uma comunicação mais próxima com a PM e instalar placas de identificação nos prédios. A maior parte dos imóveis que farão parte do programa – em geral condomínios fechados – está localizada nas ruas São Paulo, Alvarenga Peixoto e Bárbara Heliodora. Uma reunião marcada para hoje inaugurará a parceria. Apesar de o programa não prever reforço de patrulhamento, parte dos moradores aproveitará o encontro para reivindicar maior presença policial no bairro.

“Tudo o que vem para agregar e melhorar as condições de segurança é bom”, avalia o arquiteto e morador do bairro Kléber Gonçalves, de 70 anos, sobre a adesão à rede de vizinhos protegidos. Mas ele avisa: “Sei que não há proposta de intensificar patrulhamento, mas vamos pleitear”. Kléber conta que foi síndico em um prédio na Rua Antônio Aleixo, onde havia o que ele chama de “visita tranquilizadora”. “Os policiais passavam pelas ruas e conversavam com moradores e porteiros”, lembra. Segundo a presidente da Associação de Moradores PróLourdes, Lúcia Pinheiro Rocha, a iniciativa atende a pedido dos moradores. “Conversávamos desde 2011 e a adesão foi gradual. Agora, conseguimos encorpar a demanda”, disse.

Até o fim da semana, todos os imóveis que aderiram ao programa deverão receber as placas indicativas. Entre moradores, a expectativa é por um pouco

mais de tranquilidade. Moradora da Rua Curitiba, a psicanalista Maria Auxiliadora Lage Guerra, de 60 anos, acredita que as placas instaladas na frente dos prédios podem inibir a ação dos criminosos e considera positivo ter uma comunicação mais rápida com a polícia. “Não conheço a psicologia do bandido, mas suponho que ele atue em lugares menos protegidos”, disse. Ela conta que um assalto recente na Rua Alvarenga Peixoto acendeu o sinal de alerta na vizinhança. “Moro numa área de muito movimento de bares e restaurantes, que de certa forma pode dar mais segurança. Mas pode ter gente ali acompanhando a movimentação de moradores, sacando a rotina”, diz.

Segundo a PM, mais de 7 mil famílias em toda a cidade integram a Rede de Vizinhos Protegidos por meio de 500 redes. Para o major Carlos Alves, comandante da 4ª Companhia da PM, a chegada do programa a Lourdes é um marco. “É um bairro com características diferentes daqueles que normalmente aderem (à rede de vizinhos) porque são edifícios onde as relações acabam mais distanciadas”, considera. “A polícia não tem como estar presente 24 horas por dia no mesmo lugar. Este projeto, muito simples, aproxima as pessoas e chama atenção para o fato de que a segurança é responsabilidade de todos”, defende o major.

PALAVRA DE ESPECIALISTA: ROBSON SÁVIO REIS SOUZA, ESPECIALISTA EM SEGURANÇA PÚBLICA

Colaboração importante
“O programa (Rede de Vizinhos Protegidos) é um elemento importante para maior colaboração das pessoas, que passam a denunciar e a se preocupar com os outros. Se há um evento diferente, um aciona outros, que chamam a polícia. Isso inibe a ação de marginais. Não pode é haver favorecimento. Esse tipo de aproximação com associações e comerciantes não deve implicar em troca para a compra de rádios de comunicação ou de uma moto, por exemplo, com direcionamento da segurança pública para quem pode oferecer o que o estado não pode.”


Fonte: www.em.com.br

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